Li um livro fantástico de ontem pra hoje, chamado Depois daquela viagem. Foi engraçada a história de como ele apareceu aqui em casa. Antes de ontem meu pai o trouxe e comentou comigo que falava de uma garota que na adolescência contraiu o vírus da AIDS, mas que ia dar uma olhada antes pra ver se eu podia ler. Pode uma coisa dessas?? Na hora eu não quis me estressar muito. Quando eu cheguei do cursinho ontem vi que meu pai ainda não tinha guardado e que estava em cima da mesa. Peguei e li a tarde inteira. Li metade do livro e achei ainda mais patética a preocupação do meu pai, não tem nada que precise ser censurado, pelo contrário, acho que todos os jovens deveriam ter acesso, além de ser uma ótima história, muito bem narrado, trata sem vulgaridade de diversos tabus, além da AIDS, sexo, masturbação, racismo. Acabei há alguns minutos o livro e recomendo para todos os públicos! Ontem eu conversei com o meu pai, quando ele já estava convencido que exagerou eu mostrei que já tinha lido metade do livro e ele quase surtou! Também detesto quando tentam mandar em mim, bem feito pra ele, pelo menos não fui só eu quem aprendeu com esse livro! :')
"Respirei fundo e olhei pra baixo, e foi aí que eu vi, lá, muito longe, a cidade na qual eu estava. Os prédios pequenos, as casas minúsculas, os carros microscópicos... e as pessoas? As pessoas, não dava pra vê-las. E foi aí que eu percebi o quão pequeno nós somos. In-sig-ni-fi-can-tes! Comecei a rir. Ri de todos os meus problemas. Ri de todos os meus medos. Ri dos meus sonhos e dos sonhos de todo mundo. Ri de mim mesma. E ri de toda a humanidade. E continuei a rir. Ri tanto que joguei a cabeça pra trás e, sem pensar, dei de cara com o céu e aí comecei a imaginar. Deus sentado lá em cima olhando pra baixo. O que é que ele veria de tão alto? Ele não veria nada. Não enxergaria ninguém. Quase chorei." (Valéria Piassa Polizzi, Depois daquela viagem)